segunda-feira, 29 de julho de 2013

Livros Entre Linhas: O Atlas Esmeralda


Nome do Mundo: O Atlas Esmeralda.
Pertence ao Universo: Os Livros do Princípio.
Outros do Mesmo Planeta: 
2°: A Crônica do Fogo
3°: The Black Reckoning (2014 EUA)   
Dimensão: 296 páginas.
Criador: John Stephens.
Data de Nascimento: 
BRA & USA: 2011.
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Suma das Letras.
Relatório Completo: Skoob.
Onde Obter: Submarino - Saraiva - Livraria Cultura -PDF 
Sinopse: Há dez anos, numa noite de inverno, os irmãos Kate, Michael e Emma foram tirados de suas camas às pressas, perseguidos por criaturas estranhas e levados para longe de seus pais, os quais nunca mais viram. Desde então, os três passaram todo esse tempo vivendo em vários orfanatos sem saber o que de fato aconteceu naquela noite. Kate, a mais velha, é a única que tem lembranças dos pais, a quem jurou proteger seus irmãos a todo custo até que a família estivesse reunida novamente; Michael, o do meio, adora o mundo dos livros e histórias de magia e é sempre alvo de implicância dos garotos mais velhos; e Emma, a mais nova, é uma verdadeira encrenqueira, mas de grande coração. Quando chegam a uma mansão abandonada, os irmãos encontram um atlas encantado que os faz viajar no tempo e os leva para uma terra habitada por gigantes, anões, lobos famintos, crianças prisioneiras e uma condessa que é a fonte de todo o Mal. Assim, as crianças que apenas buscavam o paradeiro de seus pais acabam tendo que salvar o mundo. 

Olá mochileiros de Literatura Fantástica!, (se você não é fã desse tipo de literatura pode desconsiderar isso). Está na fila de pessoas que sentem falta da mágia de Harry Potter? Eis aqui a opção perfeita para "enganar" essa necessidade básica, que é a escrita de Rowling com um toque narniano bem passado.

(Modo voz de locutor ativar!) Once Upon a Time uma série LOL, três irmãos chamados Kate, Emma e Michael (nessa ordem de nascimento). Quando ainda eram bebês, um estanho incidente obrigou seus pais a os deixarem na mão de um destino incerto bem no Natal  e o único presente que conseguiram levar foi um livro sobre anões (Não, nunca será dinheiro). Além de um "P." como sobrenome e as últimas palavras que Kate trocou com seus pais, a promessa de manter seus irmãos seguros.

Kate, Emma e Michael cresceram mudando de orfanato constantemente, pois faziam de tudo para não serem adotados na esperança de seus pais retornarem, além de Michael sofrer muito bullying por ler o livro de anões e Emma arranjar briga para defendê-lo, (já comentei que ela foi minha favorita?) enquanto Kate apenas mantinha-os longe de correr perigo de morte.


Mas como os orfanatos não são infinitos nesse mundo (assim como as férias ou barras de chocolate), chegou um momento em que sobrou apenas mais um lugar para onde poderiam ir: Cambridge Falls, um castelo com ar de abandonado no alto de uma montanha cercada por lobos, cujo o único meio de chegar lá era subindo em uma carroça guiada por cavalos, (E a perfeição do livro só está começando).  Mas esse orfanato parece ser qualquer coisa, menos um orfanato, pois faltava um detalhe: outras crianças. E além da empregada ter transformado os três em faxineiros, havia outro problema; Um senhor que fumava cachimbo, não falava com ninguém e se isolava em uma sala com um típico ar de "Proibido a entrada de crianças para não usar termos como pirralho, pentelho ou fedelho". 

Porém, chega o dia em que surge uma oportunidade para os irmãos entrarem na tal sala e  entre todos os livros presentes, encontram um Atlas capaz de levar qualquer um para uma voltinha no passado usando uma fotografia, página de jornal ou até um pensamento. Então uma onde de incidentes inicia a maior aventura da vida dos irmãos! Eles conhecem melhor o Dr. Stanislaus Pym (confesso que eu lia "Doutor Schanana Pym), e descobrem que o misterioso senhor do cachimbo é gente fina, além de um hilário e atrapalhado mago todo-poderoso. Mas algo bem desgraceira acontece com um dos irmãos e Kate se vê ligada ao Atlas mais do que gostaria. E pensando nesse detalhe, tudo indica que existe três Livros do Princípio (o Atlas é o primeiro), um para cada irmão nesta trilogia.

O resultado de tudo isso? Bem,  se eu tivesse em casa um objeto capaz de voltar no tempo, eu provavelmente voltaria naquela semana de provas e salvaria A:Meu boletim e B:Minha mãe do infarto. Enfim, os irmãos entram em uma fotografia do que parece ser Cambrigde Falls há muitos anos, mas seus planos iniciais se alteram um pouquinho ao depararem-se com o castelo cheio de crianças, um vilarejo povoado e o exército de uma bruxa/vilã/feiticeira com rostinho de anjo e mente pior que o próprio Hades.


Disposta a matar criança por criança até consegui o que quer

Imagine uma personalidade vilã da Disney, sem coração mesmo, bem aquelas que querem ser eternas imortal (?) e permanecer forever young? Essa é a Condessa, uma melhor descrição seria corpo da Rapunzel, mas interior da "Mamãe ladra" (Sim, aquela que canta SUA MÃE SABE MAIS O.o). Para Condessa qualquer limite pode ser ultrapassado, e se forem pessoas, melhor ainda!, dá pra se divertir, palavra aqui empregada no mais maléfico significado.

E revelando meu lado "adoro vilões", os gritões, soldados da bruxa ai de cima, foram o que eu posso chamar de 'mitologia própria' criada pelo autor e para este livro. Eu os imaginei como uns Dementadores do Pântano, com mantos negros cobrindo o corpo e o rosto, pois ninguém se atreveria a ter curiosidade  de olhar para eles.


“Os olhos eram amarelos, com finas pupilas verticais, como as de um gato. A criatura tinha o cheiro de quem ficara enterrado num pântano durante séculos antes de ser retirado. Ela ergueu a espada e apontou na direção de onde havia vindo.”


Apressando um pouco as coisas, o livro é bem escrito e conduzido. Como eu adoro middle-grade infanto juvenis, sou bem suspeita para falar, mas vou analisar com um "olhar adulto"; a grande reclamação de quem não curte esse gênero é porque dizem ser muito previsível e superficial. Pelos livros recentes que li nesta categoria, os autores tem se superado! Os personagens, por mais secundários que sejam, daqueles que você nem lembra o nome, são bem "montados" com gostos definidos, características únicas e peculiares, além de até um passado que o autor faz questão de montar. Os diálogos são como a cobertura do bolo, é perceptível as mudanças de quem fala sem precisar prestar atenção nos "disse fulano disse cilano" depois as aspas ou travessões (Pois ninguém merece livros em que todos dão uma de Edward "I can't felling anything", é amigo, já eu sinto raiva). 


Okay, às vezes eu gosto dos bonzinhos quando não dão uma de "Podemos salvar o mundo, juntos!" Arg, dá vontade de fechar o livro e ir assistir novela mexicana que é menos clichê. Nesse livro, meu favorito foi Gabriel, um gigante excluído do seu povoado por ter conceitos e prioridades um pouco diferentes, por assim dizer. Eu adorei o jeito que ele apareceu na história, bem natural e não programada, como se o autor seguisse uma receita. Gabriel não fez o tipo "o desconhecido bruto e rude que não sabe lidar com as pessoas por ser isolado e ninguém o querer e mimimimi" ou qualquer outro problema que os autores criam para a trama não andar por que só pode! O gigante desde sua primeira aparição sempre foi atencioso e demonstrou preocupação com os irmãos com seu jeito quieto e sem devolver nenhuma emoção, mas sentir todas. Sabe aqueles que sofrem em silêncio, mas não tem intenção nenhuma de fazer show com isso na primeira oportunidade de falar?



Whatever, um dos melhores momentos do livro é a aparição dos anões (Surtos por parte do Michael que morreu de vontade de criar um fã clube E.E). Eles, que sempre foram subestimados, não só pelo seu tamanho e taxados de preguiçosos, na verdade são máquinas de fazer armas, ricos de uma ideologia própria em respeito ao mundo e a sociedade deles funcionam tão bem quanto a das abelhas e formigas (Só a humana que não, mas enfim), todos me divertiram, até mesmo o mais rabugento e eu ri horrores com suas "piadas de anão". Ah, e também aprendi que é melhor correr e orar caso tenha de enfrentar a fúria desses baixinhos, yup.

Coisas que me irritaram: No início do livro, senti o autor frisar demais as personalidades dos irmãos. Eu tive uma péssima primeira impressão de Kate que parecia uma adolescente com crise de "Tenho de ser adulta" e só se importa em cuidar dos irmãos. Okay, muito lindo e maternal, mas parecia àquela coisa de ser estraga prazeres e acabar com a graça de qualquer brincadeira caso ela achasse 'perigoso', ou outra coisa típica de personagens sem a "criança interior". Em suma, ela me parecia séria demais. Tive pré conceitos com Michael e Emma também; Michael parecia ser vibrado por demais em anões, sem pensar em nada mais e Emma tinha um jeito 'durona' sem motivo. Mas com o desenrolar da história e tudo o mais, ambos os três enfrentam desafios que põem em seus pontos fracos, amadurecem e aprendem muita coisa, tornando-os bem reais e veio àquela vontade de trocar minha lista negra por amigos como eles, but okay.

Uma última coisinha, nos diálogos o autor exagerou um pouco na linguagem informal. Choveram coisas como "A gente foi" "Eu tava" "Tá tudo bem" etc etc. Não que esteja errado, mas toda vez que isso aparecia eu pensei "Hey, querido John, vamos parar que não está ficando coisa de gente que sabe escrever?" (Eu fazendo telepatia com os escritores é pior do que falando de um personagem como se fosse "meu parça").

Agora, ESPERA UM POUCO: Três irmãos. A mais nova é meio briguenta. O segundo gosta de ler e usa óculos. A mais velha tem de protegê-los. "Orfãos". Só faltou Kate dar uma de filha de Hefesto e consertar coisas para rolar cosplay dos Baudelaire de Desventuras em Série! Mas brincadeiras a parte, foram só esses detalhes que me lembraram um pouquinho a série, nada que me deixou "OMG, PLÁGIO, PLÁGIO" nem nada disso.
Outra coisa que me fez rir foi quando Kate no meio de uma viajante do tempo e se encontrava com o Dr. Snanana Pym e tinha de explicar tudo o que aconteceu/estava acontecendo/ou iria acontecer dependendo de que tempo estava e com qual versão do mago encontrava.


Saiu um pouco de Bea na foto, sorry me.
Se você é o tipo de pessoa que julga pela capa, essa tem chances quase de 100% de ser aprovada! É uma das mais lindas da minha estante, a editora foi muito esperta de estender o desenho pegando toda parte da frente deixando todos os detalhes nítidos. Já aquela borda que aparece na capa americana está estampando toda parte de trás capa na brasileira, dando a impressão de um verdadeiro Atlas! E eu fiquei brincando com o brilho dourado que salta das letras quando a luz passa (coisa de criança :P).

 Se o mundo fossem classificado por tamanhos de pessoas (não que ele já faça isso), O Atlas Esmeralda ficaria com um Gigante digno de um pé de feijão (e o nosso mundo atual ficaria com um anão mesmo, pelo seu tamanho, não pelo caráter, okay, Michael?, quero fazer parte do seu fã club).


Enfim, crianças ou simplesmente pessoas que sabem apreciar as coisas simples da vida, gosta de Percy Jackson e Harry Potter? Que tal uma pitada de Senhor dos Anéis? Curti um clima a là Narnia? Um charme Baudelaire pitoresco? Muitas aventuras que mal cabem na imaginam em um livro só? (se você respondeu não a uma dessas perguntas, QUE DIABOS ESTÁ FAZENDO NESSA VIDA?). Então O Atlas Esmeralda deve entrar na sua lista de próximas leituras, se você for valente como um anão, ou sua coragem é do tamanho de um? Well, enjoy your reading (;

 
*Ultima Nota de Sua Autora: A escrita do John em 3° pessoa é boa nível Rowling, my opinion, mas já que será um livro para cada irmão (pelo menos tudo me faz crer que esse será o rumo tomado), fico pensando se o autor tivesse optado fazer cada livro da trilogia com um irmão narrando em primeira pessoa.... Mas é só um devaneio meu, que por um acaso tenho muitos, seria um detalhe diferente, mas a história não perde em nada com isso \O/


Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Cambridge Falls
Amostras: 
(CUIDADO: Pode ser radioativo e fazer a vontade de ler crescer em você!)

O tempo, como Kate estava aprendendo, era parecido com um rio. A gente pode colocar obstáculos, até mudar seu curso rapidamente, mas o rio tem uma vontade própria. Quer seguir um determinado caminho. Você precisa obrigá-lo a mudar. Você precisa estar disposto a fazer sacrifícios.

O medo tinha desaparecido. Todo o seu corpo foi subitamente consumido por uma raiva ardente. Ela queria pular sobre a mesa e gritar com a Condessa, dizer-lhe como ano após ano, orfanato após orfanato, sem ter nada, nem mesmo uma cama para chamar de sua, Emma nunca havia desistido. Ela sempre lutou. Porque sabia que aonde quer que fossem, o irmão e a irmã estariam lá. Eram sua família, a única coisa certa na vida. E agora a Condessa havia tirado aquilo dela.

Quatro bússolas combinam perfeitamente com o livro e a nota (;

Os olhos eram amarelos, com finas pupilas verticais, como as de um gato. A criatura tinha o cheiro de quem ficara enterrado num pântano durante séculos antes de ser retirado. Ela ergueu a espada e apontou na direção de onde havia vindo. *Ainda na dúvida?*

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