quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Especial Livros Entre Linhas: O Diário de Anne Frank


Nome do Mundo: O Diário de Anne Frank.
Único em Seu Universo.
Dimensão: 317 páginas.
Criadora: Anne Frank.
Data de Nascimento: 
BRA: 1947.
Trouxe aos Terráqueos Brasileiros: Galera Record.
Onde Obter: Saraiva - Livraria Cultura - PDF
Relatório Completo: Skoob.
Sinopse: "12 de junho de 1942 - 1° de agosto de 1944. Ao longo deste período, a jovem Anne Frank escreveu em seu diário toda a tensão que a família Frank sofreu durante a Segunda Guerra Mundial. Ao fim de muitos dias de silêncio e medo aterrorizante, eles foram descobertos pelos nazistas e deportados para campos de concentração. Anne inicialmente seguiu para Auschwitz e mais tarde para Bergen-Belsen."









Bea: Acredito que todos conheçam a história de Anne Frank. Não precisa nem te lido ou assistido ao filme. Sendo assim, achei que seria por demasiado enfadonho fazer uma resenha mundana e mergulhada em mesmice explicando o que todos já conhecemos. Por isso, enquanto lia o livro (pois sim, foi minha última leitura de 2013), anotei inúmeros trechos e decidi fazer esse especial transcrevendo-os aqui. SURPRISE!
O tema Segunda Guerra Mundial sempre foi uma fascinação para mim, então era uma vergonha admitir que eu nunca tinha lido esse livro, adicionando a enorme vontade de ler que já estava me corroendo por dentro! (MAS ENFIM, ESTOU LIBERTA!). É uma sensação de uma triste esperança quando eu via o final chegando, sabendo o que ele representava ao mesmo tempo que alguma coisa se mantinha viva em mim (I JUST CAN'T CONTINUE WITH THIS. IT'S TOO MUCH FOR ME.)

Fiquem com o comentário da Isa, e logo em seguida (frases chamada de programa) os quotes/páginas inteiras transcritas:

Isa: Hey booklovers! Estão sofrendo com o calor tanto quanto eu? I knew it! It's so so so hot, OMB (oh my bacon).
Não sei ao certo quando eu li O Diário de Anne Frank, mas ele pareceu se encaixar perfeitamente no meu momento deprê da época, por quê a solidão de Anne era tão dolorosa quanto a que eu estava sentindo quando a li, e não importa quantas vezes eu reler o livro, irei sentir isso.
O enredo do livro é sem muito "um gato passou voando pelo meu carro" (e com isso quer dizer que o livro é desprovido de ficção), acontece em tempo real.
Outro ponto para eu gostar tanto do livro é o fato de se passar em.... Amsterdã! Tão linda Amsterdã.
Um pequeno detalhe que eu não gostei foram as menções de Anne para Kitty constantemente, isso me confundiu um pouco, mas logo depois que eu vi o filme, entendi melhor o enredo. Além de é claro chorar litros vendo o filme.
Peter and Anne.... OMB.

O mais triste do livro não é que ela morreu, mas sim que a obra dela foi reconhecida apenas depois de sua morte, que foi meses antes da libertação do campo. Ao contrário de A Vida em Tons de Cinza e A Menina que Roubava Livros, Anne não sobreviveu (pausa para segurar o choro).

Trechos retirados do Diário por ordem de aparição. Lembrando que as passagens foram escritas ao longo de 2 anos:


"Quando escrevo sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta... Ao escrever sei esclarecer todas os meus pensamentos, os meus ideias, as minhas fantasias."

"Apetece-me escrever e quero aliviar o meu coração de todos os pesos. O papel é mais paciente do que os homens"

"Vou-me explicar melhor, pois ninguém pode compreender uma rapariga que treze anos se sinta só. É de fato uma coisa estranha."

"Não me é possível abri-me, sinto-me como que "abotoada". Pode ser que esta falta de confiança seja defeito meu. Mas não há nada a fazer e tenho pena de não poder modificar as coisas."

"No amor ninguém manda."

"Estas perguntas não me era permitido fazê-las em voz alta, mas andavam-me constantemente na cabeça."

"Sempre compreendi melhor as minhas amigas do que compreendo a minha própria m~e. É lamentável."

"Ainda me falte a capacidade de traduzir tudo isso em palavras."

"Quando estou deitada na minha cama, cama tão quente e confortável, enquanto as mais queridas amigas sofrem lá fora, talvez expostas ao vento e à chuva, mortas até, sinto-me quase má. Tenho medo ao pensar em todas as pessoas às quais tanta coisa me liga e ao lembrar-me de que estão entregues aos mais cruéis carrascos que a história dos homens já conheceu. E tudo isso só por serem judeus!"

"Depois adormeço com a ideia tola de querer ser diferente do que sou ou de que não sou como queria ser e de que faço tudo ao contrário. Queria agir de outra maneira e não ser como eu."

"Há crianças, cá no quarteirão, que andam de blusinhas levez, de socos e sem meias, sem sobretudos, sem boinas ou luvas. Têm o estômago vazio, mastigam cenouras, fogem das casas frias para as ruas úmidas e ventosas, e estudam em escolas sem aquecimento. Mas as crianças pedem pão às pessoas que passam! Chegaram até este ponto as coisas na Holanda! Ouço falar durante horas a fio sobre matérias que esta guerra trouxe e fico cada vez mais triste. Não temos outro remédio senão esperar, calma e serenamente, o fim de tanta infelicidade. Esperam os judeus, esperam os cristãos. Esperam os povos de todo o Mundo... mas muitos esperam pela morte!"

"Deixem-me em paz! Então não me deixam passar uma única noite sem molhar o travesseiro de lágrimas? Não posso adormecer uma única vez sem que meus olhos ardam e a cabeça me pese centenas de quilos? Deixem-me! Queria-me ir embora, embora deste mundo! Mas para que serviria? Eles nada sabem do meu desespero! Nada sabem das feridas que me fazem! Já não suporto por mais tempo a compaixão e a ironia deles. Só queria mais era chorar! Acham-me exagerada quando abro a boca, ridícula quando me calo, malcriada quando dou uma resposta, manhosa quando tenho uma boa ideia, preguiça quando estou com sono, egoísta quando me sirvo mais um tudo nada, estúpida, covarde, interesseira, etc, etc. Todo o dia tenho de ouvir que sou uma criatura insuportável, e poder crer: embora me ria ou finja não ligar importância, nada daquilo me é, em boa verdade, indiferente. Bem eu queria pedir a Deus uma outra natureza que não irritasse tanto os outros. Mas é impossível. E de resto, se sou assim, sino, no entanto, que não sou má. Faço muito mais esforços para lhes agradecer a todos do que eles imaginam. Rio-me com eles só para não lhes mostrar a minha dor íntima."

"Quanto a mim, continuarei calada e fria e nunca terei medo da verdade. É sempre melhor não adiar o que tem de ser dizer."

"Quem me dera estar longe daqui, quem me dera poder fugir!"

"Sinto-me como um pássaro a quem cortam as asas e bate contra as grades da gaiola estreio. Em mim soa como que um grito: Para fora!"

"É aborrecido ser-de dependente da disposição do momento."


"Não consigo já imaginar que o Mundo posso voltar a ser para nós o que era antes. Digo muitas vezes: "Depois da guerra". Mas digo-o como se se tratasse de um castelo no ar e não de um tempo que se tornará, algum dia, para mim realidade. Quando penso na nossa vida em casa, na escola, com todas as suas alegrias e sofrimentos, em tudo o que era "antigamente"; tenho a sensação de não ter sido eu quem viveu essas coisas, mas sim uma estranha, alguém totalmente diferente. Vejo-nos a nós aos oito do anexo, numa pequena nuvem, claro e azul, na meio de outras nuvens pesadas e escuras. O nosso lugar ainda é seguro, mas as nuvens estão a ficar cada vez mais densas e o círculo que nos separa do perigo tão próximo, vai-se apertando. Por fim ficamos todos de tal maneira envolvidos na escuridão que com o desejo desesperado de encontrar uma saída, esbarramos uns contra os outros. Olharmos para baixo onde os homens lutam, olhamos para cima onde há felicidade e paz. Mas estamos isolados por uma massa grande e impenetrável que nos barra todos os caminhos e nos encerra, como um muro invencível, um muro que nos destruirá quando a hora soar."

"O homem é de grande espírito. Mas mesquinho nas ações."

"Será possível que alguém me compreenda ou só vêem a mim a adolescente que não quer outra coisa senão divertir-se? Não sei e não posso falar sobre isso com ninguém, pois era capaz de desatar a chorar. Todavia... Seria um alívio poder chorar uma vez à vontade a despeito de todas as teorias, de todos os esforços, sinto a cada passo a falta de uma mãe que me compreenda. Por isso penso sempre, ao trabalhar ou ao escrever, que quero ser, mais tarde, para os meus filhos, aquela mãe que eu desejava ter, essa "mamsi" que não arranja logo uma tragédia com tudo o que se diz se intenção, mas que toma antes a sério o que preocupa os seus filhos intimamente."

"Uma pessoa pode sentir-se só, mesmo no meio de muita gente amiga, se souber que não ocupa um lugar muito especial no coração de alguém?"

"Sempre é melhor escrever estas coisas no papel do que magoar os sentimentos."

"Haverá quem adivinhe o que passa na alma de uma adolescente?"


"O Peter disse, e muito bem: - Quando eu te encontrava, via-te sempre com dois ou três rapazes e com um bando de raparigas, sempre a rir e divertida. Eras o centro. O que resta dassa rapariga? - Ainda não me esqueci de rir e de dar respostas. Ainda sei criticar as pessoas e. talvez até melhor do que antes, sei namoriscar se... me apetecer. Gostava de voltar a viver assim, só por uma tarde, uns dias, ou uma semana, despreocupada, mas no fim de semana estaria saturada e ficaria grata à primeira pessoa que me aparecesse a falar em coisas sérias. Não preciso de admiradores mas sim de amigos; não preciso de adoradores em troca de um sorriso, mas sim de alguém que dê valor à minha maneira de ser e ao meu caráter. Sei que assim terei menos gente à minha volta. Mas não importa, o principal é que me fiquem algumas pessoas de carácter."

"Quando sairei eu deste labirinto de pensamentos? Quando haverá calma e paz no meu coração?"


"Que sorte a minha poder escrever o que sinto. Se não fosse isto, sufocava, de certeza."

"É mais fácil exprimir-me por escrito."

"As pessoas que não escrevem não imaginam quanto prazer isto pode dar. Antigamente tinha pena de não saber desenhas. Mas agora sinto-me feliz por saber, ao menos, escrever. E se não tiver talento o suficiente para escrever livros ou artigos de jornal, enfim, sempre me restará escrever para meu próprio deleite. Quero vir a ser alguém. Não me agrada a vida que levam a mãe, a sra. Van Daan e todas essas mulheres que trabalham para, mais tarde, ninguém se lembrar delas. Além de m marido e filhos, preciso de mais alguma coisa a que me possa dedicar! Quero continuar a viver depois da minha morte. E por isso estou tão grata a Deus que me deu a possibilidade de desenvolver a meu espírito de poder escrever para exprimir o que nem em mim vive. Quando escrevo, sinto um alívio, a minha dor desaparece, a coragem volta. Mas pergunto-me: escreverei alguma vez coisa de importância? Virei a ser jornalista ou escritora? Espero que sim, espero-o de todo o meu coração!"

"Tenho medo de mim própria."

"Oh, como tudo isto é difícil! O coração e o juízo, e sempre a luta entre os dois. Cada um deles fala no momento próprio."

"Tu talvez não possas compreender que aqui surja tantas vezes a pergunta desesperado: porquê e para quê é esta guerra? Por que é que os homens não podem viver em paz? Para quê tantas destruições?"

"Por que é que na Inglaterra se constroem aviões cada vez maiores, bombas cada vez mais pesadas e, ao mesmo tempo, se reconstroem filas de casas? Por que é que se gastam todos os dias milhões para a guerra, se não há dinheiro para a medicina, os artistas e os pobres? Por que é que há homens a passar fome se, em ouros continentes, apodrecem víveres? Por que é que os homens são tão insensatos?"

"O homem nasce com o instinto de destruição, do massacre, da fúria, e enquanto toda a Humanidade não sofrer uma metamorfose total, haverá sempre guerras. O que se construiu e cultivou e o que cresceu será destruído, e à Humanidade só resta recomeçar.



"Sempre me propus viver uma vida diferente das raparigas em geral, do mesmo modo como também não me agrada para o futuro a vida banal das donas de casa."

"Sou jovem e com certeza ainda há em mim boas qualidades por despertar; sou jovem e forte e vivo consciente esta grande aventura. Por que hei-de lamentar-e todo o dia?"

"Oh! Estes estúpidos adultos. Deviam mais é começar a aprender as coisas em vez de andar a criticar constantemente as crianças!"

"Pergunto-me muitas vezes se não teria sido melhor, para todos nós, não temos "mergulhado" e estarmos mortos sem precisar de sofrer toda esta miséria, sobretudo sem termos exposto os nossos protetores a tantos perigos também. Mas, no fundo, não queremos aceitar tal ideia, porque ainda amamos a vida, não nos esquecemos ainda da voz da natureza, ainda esperamos, esperamos que aconteça algo de bom."

"O que tenho de mais incômodo no meu carácter é se eu a pessoa que mais me critica e censura."

'Sinto a falta de qualquer coisa de mais autêntico; e eu tenho certeza de que essa coisa existe."

"Não faças caso dos outros! Pode parecer egoísta mas, na realidade, é a única defesa para aqueles que são obrigados a consolar-se a si próprios."

 "Como poderei eu explicar-lhe, a ele, que aquilo que aparentemente é tão cômodo e tao bonito, o arrastará para o abismo, esse abismo onde já não há nem amigos, nem beleza, nem apoio, o abismo donde é quase impossível tornar a subir?"

"Eu não quero ouvir: "sintomas típicos.... outras raparigas... isto passa", etc. Não queria ser tratada como as raparigas, mas como um ser com personalidade própria, como a ANNE."



"Aquele que pretende afirmar que os mais velhos sofrem mais aqui no anexo do que nós, os jovens, não sabe ver até que ponto os problemas desabam sobre nós, problemas para os quais talvez ainda não tenhamos bastante idade, mas que se impõem de um modo violento. Em determinada altura julgamos ter encontrado uma solução, mas esta solução, de uma maneira geral, não resiste aos factos que são sempre tão diferentes. Eia a dificuldade do nosso tempo: mal começamos a germinar em nós ideias, sonhos, belas esperanças, logo a realidade cruel se apodera de tudo isso para destruir totalmente."

"Uma dá-me a minha alegria exuberante, as minhas zombarias a propósito de tudo, a minha vontade de viver e a minha tendência para deixar correr."

"Anne morreu em Março de 1045 no campo de concentração de Bergen-Belsen, dois meses antes da libertação da Holanda."

Isa: Deixo "linkado" o filme para vocês:








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